quinta-feira, 10 de março de 2011

Á Federação Distrital da Juventude Socialista da Guarda


Após tomar conhecimento da carta aberta que me foi por vós dirigida, e por reconhecer que o assunto nela aflorado se reveste de enorme importância para a estrutura a que presido, cumpre-me tecer as seguintes considerações:
1 - Anoto e agradeço a consideração que manifestaram para comigo ao enviar-me a missiva supra-citada;
2 - Registo também, com agrado, o interesse com que seguem a actividade da JSD e as suas respectivas tomadas de posição;
3 - Quanto à questão política, devo reiterar a posição tomada pelas Comissões Políticas Distritais da JSD de Vila Real, Viseu, Aveiro e Guarda, reunidas em Lamego, em 24 de Julho de 2010, aquando do lançamento desta medida por parte do Governo;
4 - Desconheço a posição das estruturas nacionais das restantes juventudes partidárias mas, quanto à JSD, foi aprovada em conselho nacional realizado no nosso distrito uma moção muito clara sobre esta questão; de resto, ninguém se esquivou ao debate e esta moção foi aprovada por unanimidade;
5 – Não posso, por outro lado, deixar de salientar o timing das vossas questões: após o mote dado pelo Primeiro-Ministro numa visita a Trás-os-Montes (no seu quarto ou quinto anúncio da auto-estrada do nordeste), logo vieram todas as estruturas descentralizadas do PS e da JS, muito convenientemente, fazer eco da sua mensagem;
6 – Que fique claro: nem eu nem a Comissão Política a que presido estamos subordinados à agenda de quem quer que seja; não temos nenhuma amarra de dependência (directa ou indirecta) para com o PSD, o PS, o Governo ou outra instituição por este controlada que nos impeça de defender aquilo em que acreditamos; a JSD já demonstrou no passado a sua autonomia em diversas ocasiões (por exemplo, quando afrontou um Governo PSD para impor as deduções das despesas de educação em sede de IRS – que o PS agora praticamente exterminou - ou, mais recentemente, influenciando o sentido de voto do partido para revogar a decisão do Governo sobre as bolsas de acção social escolar que retiraria milhares de estudantes do Ensino Superior);
7 – Estranho não ter recebido nenhuma carta da JS quando o Governo ano após ano foi aumentando impostos atrás de impostos tornando a vida das pessoas do interior insuportável; em particular, estranho não terem a mesma preocupação com o corte dos benefícios para as empresas do interior em sede de IRC;
8 – Também não me recordo de ouvir a JS acerca dos cortes salariais impostos à função pública;
9 – E onde estava a JS quando o Governo procurou que as bolsas de estudo dos estudantes do Ensino Superior contassem para os rendimentos familiares, deixando milhares de estudantes de fora do Ensino Superior? E quanto aos sucessivos atrasos no pagamento das bolsas?
10 – Por acaso a JS desconhece que o desemprego dos jovens entre os 15 e os 34 anos atinge já 46% do total de desempregados? Ou considera este tema menos importante?
11 – Todas estas questões que referi e, infelizmente, muitas mais, são machadadas, e permitam-me que vos cite, “na réstia de esperança que os territórios do interior ainda vão mantendo acesa”;
12 – A nossa luta por estas causas não começou agora e continuará a ser feita tal como até aqui, de acordo com a nossa agenda própria, nos locais próprios;
13 – Infelizmente, não é o PSD que Governa o país e, como tal, as suas armas neste e noutros campos não são as mesmas do PS; assim, apelo a que a JS envide esforços junto do seu partido e do Governo que apoia para minorar o prejuízo desta e de outras medidas; nomeadamente através da portaria (que ainda não foi publicada) que regulará a implementação das portagens que é de exclusiva responsabilidade do Governo. Esse instrumento poderá – caso o Governo acolha os nossos argumentos – fazer a diferença para as populações que defendemos.

Os meus cumprimentos

Hugo Miranda – Presidente da Comissão Política Regional da JSD-Guarda
Guarda, 9 de Março de 2011

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